Holocauto

domingo, 23 de outubro de 2011

6° e 7° Séries - A História que não queria contar...

No dia 20 de abril de 1997, cinco rapazes de classe média de Brasília atearam fogo ao índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, de 44 anos, que dormia em uma parada de ônibus em um bairro nobre da capital Federal.Ele chegou ao hospital com 95% do corpo queimado e morreu no dia seguinte. O fogo só não atingiu a parte de trás da cabeça e a sola dos pés. Os rapazes justificaram dizendo que: "nós achamos que era um mendigo". Então se fosse um mendigo seria normal, né? Enfim, mais uma atrocidade contra o nosso povo, contra a nossa história.

Mais uma vez a falta de compaixão, de príncípios e de respeito ao próximo, escreveu uma página triste em nossa história. Esse não foi o primeiro índio e infelizmente não será o último a ser assassinado. Mas, o final dessa história depende de você.

Nosso povo, nossa cor. Ajude a preservar a história de nossos nativos (índios) de uma forma digna e sincera.


Sem julgamento de valores, o outro lado da história. Ou seja, o depoimento dos envolvidos no primeiro dia de julgamento (4 anos mais tarde). Leia abaixo:



6/11/2001 - 19h37
Leia frases dos acusados de matar Galdino ditas durante o julgamento

Folha de S.Paulo, em Brasília


Terminou nesta terça-feira o primeiro dia do julgamento dos quatro acusados de assassinar o índio pataxó Galdino Jesus dos Santos. Nos depoimentos, Max Rogério Alves, Antônio Novely Cardoso de Vilanova, Tomás Oliveira de Almeida e Eron Chaves de Oliveira afirmaram que não tinham a intenção de matar Galdino.

Em 20 de abril de 1997, cinco jovens incendiaram o índio, que dormia em um banco de uma parada de ônibus em Brasília. Uma hora depois, a polícia prendeu os acusados, entre eles, um menor, G.A., na época com 17 anos e irmão de Eron.

G.A. foi processado em separado, ficou 144 dias internado e obteve liberdade assistida. Os outros quatro cumprem prisão preventiva há quatro anos e meio.

Veja as principais frases do primeiro dia de julgamento

1) Sobre o assunto que os acusados falavam no dia do crime
"Estávamos conversando no carro sobre pegadinhas. Alguém falou: 'Vamos fazer uma brincadeira com aquele cara'. A gente poderia botar fogo no pano que ele tinha, cobrindo as pernas"
Max Rogério Alves

"Tinha vários assuntos no carro. Um deles era pegadinhas. Tivemos a idéia de fazer uma brincadeira, dar um susto nele"
Tomás Oliveira de Almeida

"A gente estava falando no carro sobre pegadinhas e esse tipo de brincadeiras"
Eron Chaves de Oliveira

"Na hora que passamos pelo cara [o índio] o assunto era pegadinha. Pensamos em fazer uma pegadinha"
Antônio Novely Vilanova

2) Sobre a compra do álcool
"Alguém pediu um litro de álcool. Dissemos que outro carro tinha ficado sem combustível e um litro era o mínimo que podia comprar"
Max Rogério Alves

"O frentista perguntou para quê queríamos o combustível. Falamos que era para socorrer um carro"
Antônio Novely Vilanova

3) Sobre a participação do quinto acusado, que era menor à época
"Falamos que era melhor o Júnior ficar no canteiro das pistas"
Max Rogério Alves

"Meu irmão era pequeno e fraquinho"
Tomás Oliveira de Almeida

"Ele era bem menor mesmo, era mais franzino"
Antônio Novely Vilanova

4) Sobre o fogo
"O fogo pegou na garrafa e teve uma explosão. Foi muito fogo e nos assustamos. Não tinha o que fazer, não tinha nada a fazer"
Max Rogério Alves

"O fogo subiu para a garrafa e a gente se assustou muito. O fogo fez um barulho, 'vuum', que parece uma explosão, mas não é"
Tomás Oliveira de Almeida

"Nesta hora, quando comecei a jogar o líquido, o fogo subiu para a minha mão. Não queimei minha mão. Larguei a garrafa"
Eron Chaves de Oliveira

"O fogo subiu do pano para a garrafa"
Antônio Novely Vilanova

A defesa dos acusados
"Queria aproveitar este momento para pedir perdão [para a família do índio]. Eu também perdi meu pai de maneira brusca"
Tomás Oliveira de Almeida

"A gente nunca teve voz para dizer o que sentia. Queria pedir perdão para a família"
Eron Chaves de Oliveira

"A mídia divulga a gente como uns monstros. Eu não sou nenhum monstro"
Antônio Novely Vilanova



Estes são Max Rogério Alves, Antônio Novély Cardoso de Vilanova, Tomás Oliveira de Almeida e Eron Chaves Oliveira, os assassinos do Índio Pataxó Galdino Jesus dos Santos.

À memória do índio Galdino JESUS DOS SANTOS


Esse monumento foi colocado no local do crime em Brasília em homenagem ao índio Galdino

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